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Veiga
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Palácio de midões a a Casa de Midões
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Casa de Midões

Beira Alta

Próximo da margem esquerda do rio Mondego, situa-se a freguesia de Midões, actualmente pertencente ao Concelho de Tábua, no distrito de Coimbra. Doada ao Mosteiro do Lorvão no ano de 969, Midões recebeu foral em julho de 1257 e obteve novo foral a 12 de Setembro de 1514. Foi sede de concelho da época constitucional até 1853.

Midões é também o Berço de grandes vultos nacionais, cujas vozes ainda hoje ecoam nos horizontes da memórias das gentes da terra. Histórias como as das aventuras de João Brandão, ou a célebre morte do juiz de Midões assassinado à saída do Palácio de Midões, ou ainda as lendas dos túneis secretos que ajudaram os liberais.

A Casa de Midões, foi fundada no século XVIII por Roque Ribeiro de Abranches Castelo Branco, 1º Visconde de Midões, que nasceu na vila Midões, a 15 de julho de 1770.  A origem da sua família perde-se no tempo e resultará da junção de várias linhagens das mais

nobres famílias originárias da Beira, nomeadamente as famílias, Abranches, Castelo-Branco, Figueiredo e Abreu entre outras.

O Agregado de bens que constitui a Casa de Midões, nomeadamente propriedades, capelas e casas, é centralizada no Histórico Palácio de Midões, peça central e nevrálgico desta grande Casa da Beira e de Portugal, e que desempenhou um papel central nas fratricidas guerras liberais.

Hoje, o actual proprietário da Casa de Midões, nomeadamente do Palácio de Midões, das Capelas e das várias propriedades que a constituem, visa trazer de volta a grandeza da Casa de Midões e da vila de Midões ao panorama nacional e internacional, com um projecto ambicioso de turismo, agricultura, cultura e de apoio à vila e povo da terra de Midões.

Parte da Casa de Midões

Palácio de Midões

Construído no século XIX, pelo o 2º Visconde de Midões (Dr. César Ribeiro de Abranches Castelo-Branco), o Palácio de Midões é definitivamente uma das grandes joias da Beira e um exemplo deslumbrante da arquitectura tradicional portuguesa da região.

O palácio também é conhecido como Palácio das Quatro Estações devido às estátuas icônicas que se elevam na entrada principal, cada uma representando uma estação: primavera, verão, outono e inverno.

Actualmente encontra-se em curso um projecto de remodelação dos bens que constituem a Casa de Midões, com a expectativa de devolver o palácio à sua antiga glória, mantendo a traça original e respeitando os valores da Casa de Midões: Respeito, Transparência, Integridade e Foco nas pessoas.

Casa de Midões, Beira Alta

História

As figuras-chave que fizeram parte da nossa história.

1770 - 1844
1770 - 1844
1º Visconde de Midões

Roque Ribeiro de Abranches Castelo Branco

Roque Ribeiro, foi o 1º Visconde de Midões matriculou-se em Filosofia em 1788 e foi bacharel em Direito. Fidalgo cavaleiro da Casa¬ Real foi capitão-mor de Midões por patente de 20 de março de 1812 e senhor da casa do Ribeirinho na mesma vila e de muitos vínculos. Participou na revolução de 1820, tendo sido membro da Junta Provisional. Declarado benemérito da pátria pelo 1º congresso constitucional, foi deputado da Nação às Cortes de 1821 e em sucessivas legislaturas, par do reino por carta régia de 1 de setembro de 1834.
Casou em Barcelos a 8 de setembro de 1806 com Rosa Inácia de Araújo e Azevedo. Sem geração legítima, terá tido de D. Antónia Margarida da Fonseca quatro filhos legitimados: César Ribeiro de Abranches Castelo Branco, 2º Visconde de Midões, Aristides, Júlia e Modesta Flamínia que casou com o seu tio, irmão mais novo do seu pai, António de Vasconcelos Abranches Castelo Branco. Foi também bisavô de Aristides de Sousa Mendes e padrinho de baptismo de João Victor da Silva Brandão ou, simplesmente como ficou conhecido, João Brandão.
Morreu a 6 de abril de 1844, na casa do Aido, em Carregal do Sal, Cabanas de Viriato onde o seu funeral contou com a presença de numerosas figuras importantes antes de o seu corpo ser sepultado na sua Capela de Travanca de S. Tomé.
1837
1837
Nobreza

D. Maria II de Portugal

Roque Ribeiro desempenhou um papel importante nas lutas e causas liberais, em apoio à Rainha D. Maria II de Portugal. Com a constituição da Junta revolucionária no Porto e como resultado do seu papel fulcral, a Rainha D. Maria II concedeu-lhe o titulo nobiliárquico de Visconde de Midões em 1837. O mesmo título que mais tarde seria renovado ao seu filho, Dr. César Ribeiro de Abranches Castelo Branco, 2º Visconde de Midões.
1803 - 1889
1803 - 1889
2º Visconde de Midões

César Ribeiro Abranches Castelo Branco

César Ribeiro Abranches Castelo Branco, 2º visconde de Midões, nasceu em 1803 e faleceu em 1889. O título de Visconde de Midões foi-lhe renovado por carta de 1870. Formou-se também em Direito, na Universidade de Coimbra em 1824, sendo nomeado em 1827 Juiz de Fora de Oeiras. De convictas ideias liberais, tal como o pai, foi demitido pelo Rei D. Miguel mas reintegrado em 1833, iniciando um percurso regular na administração judicial portuguesa, apenas interrompido para servir a nação como deputado. Em 1881 a sua carreira culminou com a nomeação para Juiz Conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça, ocupando o cargo até 1885. Como seu pai teve o foro de fidalgo-cavaleiro da Casa Real e foi condecorado com as medalhas da Liberdade e agraciado com a carta do Conselho. Casou tardiamente a 28 de Julho 1852, com D. Amélia Ribeiro Abranches, filha de António de Vasconcelos Abranches, seu tio direito, e de D. Modesta Flamínia, sua irmã. Deste matrimónio houve vários filhos, parecendo que só de um deles, D. Maria dos Prazeres Ribeiro Abranches, casada com Silvério Coelho Pais do Amaral, de Beijós existe descendência. Fez parte da descendência desta família o Cônsul de Portugal em Bordéus Aristides de Sousa Mendes, neto de Maria dos Prazeres Ribeiro de Abranches, filha do 2.º Visconde de Midões. Após a sua saída do Supremo Tribunal de Justiça fixou-se em Midões, tendo falecido no Palácio de Midões a 5 de Março 1889.
1825 - 1880
1825 - 1880
Casal da Senhora, Midões

João Victor da Silva Brandão

João Brandão nasceu na aldeia de Casal da Senhora, freguesia de Midões, a 1 de Março de 1825 e morreu por volta de 1880 em Bié, Angola. Foi baptizado na igreja de Midões (em frente ao Palácio de Midões). Roque Ribeiro de Abranches Castelo-Branco, 1º Visconde de Midões, foi seu padrinho do baptismo. João Brandão iniciou os seus estudos na freguesia, passando posteriormente a estudar em Cabanas, onde aprendeu a dominar com mestria o português. Foi considerado um aluno brilhante, mostrando inteligência acima da média e ser um Homem de caráter.
Mais tarde na vida, foi eleito vereador e fiscal da Câmara de Midões, nomeado pelo ministro do Reino em 1853, o que lhe conferiu maior poder e autoridade no cargo que ocupou.
Casou-se com D. Ana Nobre em 1863, de família abastadas. Viveram na Várzea de Candosa, onde João Brandão acabou por ser suspeito do homicídio do Padre Portugal (procurador do Visconde de Almeidinha). Acabou por ser condenado em 1869 pelo tribunal de Tábua que o exilou em Angola, África. Alguns acreditam que era inocente e que foi a sua mulher e um amante que o incriminaram, alguns acreditam que foi “O terror das Beiras”, em resultado de inúmeros assaltos por toda a região da Beira Alta, para além do seu envolvimento em várias eleições eleitorais lutas.
1853 - 1940
1853 - 1940
Midões e o seu velho Município, 1911

António Duarte D´Almeida Veiga

António Duarte D´Almeida Veiga foi o editor do célebre livro 'Midões e o seu velho Município, 1911'. Uma das primeiras monografias completas sobre Midões. Ele era filho de um farmacêutico e ele e seus ancestrais eram contribuintes. A casa do autor está agora inserida no projeto de reabilitação da Casa de Midões.
1885 - 1954
1885 - 1954
Neto do 2º Visconde de Midões

Aristides de Sousa Mendes

Aristides de Sousa Mendes (18 de julho de 1885 - 3 de abril de 1954) foi um insigne diplomata português. De 16 a 23 de junho de 1940, Aristides de Sousa Mendes desobedeceu às regras impostas pelo ditador Salazar e seguiu a sua própria consciência moral interior, tendo salvo pelo menos 30.000 vidas no Holocausto. Aristides de Sousa Mendes nasceu a 19 de julho de 1885 em Cabanas de Viriato. Era filho de Maria Angelina Ribeiro de Abranches e do juiz José de Sousa Mendes. Formou-se em Direito com o irmão gémeo César na Universidade de Coimbra. Iniciou sua carreira diplomática em 1910, quando se tornou cônsul de Demerara na Guiana Inglesa. Trabalhou como cônsul na Guiana Inglesa, em Zanzibar, no Brasil (Curitiba e Porto Alegre), nos Estados Unidos (São Francisco e Boston), na Espanha (Vigo), em Luxemburgo, na Bélgica e finalmente na França (Bordeaux ) Durante a Segunda Guerra Mundial, desafiou as ordens da ditadura de António de Oliveira Salazar, emitindo vistos a cerca de 30.000 judeus e famílias que fugiam dos nazis. Aristides de Sousa Mendes foi severamente punido por Salazar, que o privou do emprego e de qualquer forma de ganhar o seu pão do dia-a-dia, e sustentar os seus 15 filhos, que estavam na lista negra e impedidos de frequentar a universidade. Acabaram por perder a sua casa - Casa do Passal. A Comunidade Judaica de Lisboa forneceu abrigo e comida para a família, ajudando alguns de seus filhos a se mudarem para os Estados Unidos e Canadá. Morreu em 3 de abril de 1954 na miséria. Foi reconhecido pelo Parlamento português, que o promoveu postumamente ao posto de Embaixador pelos actos heróicos e pelos milhares de vidas que salvou, apesar das graves consequências que ele e a sua família sofreram.

O Palácio das Quatro Estações, construção do século XIX, recebeu tal denominação por possuir, na fachada principal, quatro esculturas alegóricas das estações do ano (Inverno, Primavera, Verão e Outono).

Marco Daniel Duarte
Autor - Tábua, História, Arte e Memória, Setembro 2009

João Brandão ... o herói de hoje é o bandido de amanhã; o salvador é, na hora de desventura, o crucificado.

Pe. José da Costa Saraiva
Autor, Monografia de Midões, Junho 1986

Aquele que salva uma vida está a salvar toda a Humanidade.

Aristides de Sousa Mendes
Neto do 2º Visconde de Midões
Experimente uma parte da história

Midões, Tábua

Midões faz parte de 15 freguesias de Tábua, situadas à beira do rio Mondego. Midões é uma zona de elevado valor patrimonial, nomeadamente devido ao seu estatuto durante as lutas liberais. Possui inúmeros antigos solares, palácios e muitas histórias interessantes de séculos passados.

Para além do Palácio dos Midões, possui muitos marcos históricos que podem ser visitados, incluindo locais como a Capela de São Miguel, a casa de João Brandão no Casal da Senhora, a Igreja Matriz de Midões, a Capela de Nossa Senhora das Dores ou as sepulturas antropomórficas, estas últimas propriedade privada e parte do património da Casa de Midões.

A Casa de Midões e todos os bens que integram o seu património encontram-se a ser restaurados. Esperamos em breve devolver estes icones nacionais à sua antiga glória.